A obra Mata-me depois, da autoria do cabo-verdiano Evel Rocha, conquistou, por unanimidade do júri, a 6.ª edição do Prémio Literário Arnaldo França, atribuído pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda em parceria com a Imprensa Nacional de Cabo Verde.
O texto vencedor relata a saga do filho de um antigo combatente da pátria que entra na política e se aproveita das fragilidades do regime de então e da ingenuidade daqueles que acreditavam que a mudança política poderia trazer um novo rumo ao país, descrevendo a atmosfera política, cultural e social de Cabo Verde.
De acordo com o júri do Prémio, presidido pelo escritor e professor universitário Manuel Brito-Semedo, «trata-se de uma obra que apresenta um tema pertinente e inovador, pela apropriação de um período histórico e político da História de Cabo Verde ainda pouco presente na literatura nacional contemporânea, uma narrativa bem desenvolvida, com uma trama envolvente, sobretudo pelo exercício de prender e cativar o leitor para o desfecho anunciado na primeira página e resolvido em retrospetiva».
Recorde-se que este Prémio Literário, dirigido a cidadãos cabo-verdianos ou a residir em Cabo Verde há mais de cinco anos, visa promover a língua portuguesa e o talento literário neste país africano, bem como homenagear Arnaldo França, figura destacada da literatura e cultura cabo-verdiana.
Além dos 5 mil euros que correspondem ao valor pecuniário do Prémio, Evel Rocha terá o seu trabalho publicado pela editora pública portuguesa, a Imprensa Nacional.
O vencedor da 6.ª edição do Prémio nasceu (em março de 1967) e estudou na ilha do Sal, tendo terminado os seus estudos liceais em São Vicente. É doutorado em Ciências Sociais (2021, Universidade do Mindelo) e em Espanhol: Literatura, Linguística e Comunicação (2023, Universidade de Valladolid, Espanha), graduado em Psicologia, pós-graduado em Poder Local (2010), mestre em Psicologia Counseling (2009) e mestre em Supervisão Pedagógica (2012).
Atualmente, Evel Rocha é membro da Academia de Letras de Cabo Verde e desempenha a função de assessor cultural do Ministério do Turismo, tendo já desempenhado diversos cargos e funções, designadamente, Vereador da Cultura, Presidente da ARES, Diretor do Gabinete do Ministério da Economia Marítima e professor universitário, tendo também participado em diversas conferências internacionais como orador na área da Literatura.
Versos d`Alma (1997, poesia), Estátuas de Sal (2003, romance), Marginais (2010, romance), Cinzas Douradas (2015, poesia), Cisne Branco (2017, romance), Campo da Fortuna (2018, romance), Belga (2021, romance) e Aguarela Salense (crónicas, Org.) são os trabalhos de Evel Rocha já publicados.