O trabalho Migrações, da autoria do cabo-verdiano Hélio Tavares, conquistou a 7.ª edição do Prémio Literário Arnaldo França, atribuído pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) em parceria com a Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV).
Segundo as palavras do júri do Prémio, presidido pelo escritor e professor universitário Manuel Brito-Semedo, Migrações «entrelaça histórias individuais para explorar a luta por dignidade e sobrevivência, conectando realidades do Brasil e de Cabo Verde. As trajetórias refletem desafios universais da migração — preconceito, exclusão e resiliência — compondo um retrato de esperança e superação frente à adversidade. Com personagens densas e sensíveis, que estruturam a narrativa, a obra aborda também o embate entre democracia e opressão. Esse equilíbrio entre dimensão humana e relevância social confere à história uma força simbólica e universal».
Recorde-se que este Prémio Literário, dirigido a cidadãos cabo-verdianos ou a residir em Cabo Verde há mais de cinco anos, visa promover a língua portuguesa e o talento literário neste país africano, bem como homenagear Arnaldo França, figura destacada da literatura e cultura cabo-verdiana.
Além dos 5 mil euros que correspondem ao valor pecuniário do Prémio, Hélio Tavares terá o seu trabalho publicado pela editora pública portuguesa, a Imprensa Nacional.
Hélio Tavares nasceu a 10 de novembro de 1992 em Cabo Verde e reside atualmente em Braga, Portugal, onde se licenciou em Tecnologias de Informação e Comunicação pela Universidade Católica. É filho de um militar de carreira e de uma professora secundária e escritora que, desde cedo, lhe inspirou a paixão pela escrita e pela literatura.
«Foi com essa paixão que decidi candidatar-me ao Prémio Literário Arnaldo França, uma das distinções mais prestigiadas da literatura cabo-verdiana. Acredito que minha visão artística, que mistura tecnologia e literatura, reflete a minha vivência multicultural e o meu compromisso com o enriquecimento da cultura cabo-verdiana. Através da minha obra, espero contribuir para a preservação e valorização da nossa identidade coletiva», sublinha o autor de Migrações.