Estão abertas as candidaturas à 8.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa

De 1 de agosto a 30 de setembro estão a decorrer as candidaturas ao Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa, um galardão, instituído pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda [INCM], que premeia anualmente trabalhos inéditos no domínio da prosa literária. Podem concorrer todos os cidadãos moçambicanos (a residir em Moçambique ou no estrangeiro) ou cidadãos estrangeiros residentes em Moçambique há pelo menos 5 anos.

Nesta 8.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa as candidaturas voltam a fazer-se exclusivamente online no site da Imprensa Nacional, disponível aqui: https://imprensanacional.pt/premios-literarios/premio-imprensa-eugenio-lisboa/

O júri do Prémio é composto pelo escritor e professor Lucílio Manjate (que o preside), pela professora Sara Laisse e pela editora-chefe da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Paula Mendes.

Além do valor pecuniário no valor de 5000 euros, o Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa contempla ainda a publicação da obra vencedora pela INCM.

De recordar que as edições anteriores do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa já distinguiram, entre vencedores e menções honrosas, os trabalhos Mundo Grave, de Pedro Pereira Lopes, Bebi do Zambeze, de António Manna, Saga d’Ouro, de Aurélio Furdela, Sonhos Manchados, Sonhos Vividos, de Agnaldo Bata, A Ilha dos Mulatos, de Sérgio Raimundo, Teatro de Marionetes (ou Ensaio sobre a Mecânica Descritiva da Desertificação dos Homens), de Jofredino Faife, Disrupção, de Fátima Taquidir, O Homem que Vivia Fugindo de Si, de Japone Agostinho, Marizza, de Mélio Tinga, e Eva, de Léo Cote.

A Imprensa Nacional-Casa da Moeda criou este prémio, em 2017, no intuito de incentivar a criação literária em Moçambique e, ao mesmo tempo, de prestar homenagem a Eugénio Lisboa, desaparecido em abril deste ano, aos 93 anos de idade, deixando-nos uma vasta obra entre o ensaio, a crítica literária, a poesia, o diário e as memórias.

O Camões — Centro Cultural Português em Maputo é o parceiro na promoção e divulgação deste prémio em Moçambique.

O regulamento pode ser consultado Aqui.

Eugénio Lisboa

Eugénio Lisboa teve uma carreira multifacetada, dedicada à crítica literária, à escrita, à docência, à diplomacia e à gestão.

Nasceu em Lourenço Marques (atual Maputo) em 1930 e faleceu em Lisboa em 2024.

Com 17 anos, deixou a sua cidade natal e partiu para Lisboa, onde cursou engenharia eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico, licenciando-se em 1953. Fez o serviço militar em Portalegre onde conheceu José Régio e, a seu convite, organizou uma antologia da sua poesia, em 1957, o que viria a revelar-se o início de uma longa reflexão à obra regiana.

Entre 1958 e 1978, Eugénio Lisboa dedica-se à gestão de companhias petrolíferas, em Moçambique e em França.

Apesar da formação académica em Engenharia Eletrotécnica, Eugénio Lisboa manteve sempre uma estreita ligação à cultura e à literatura, tendo abraçado a docência universitária em literatura portuguesa, a par da crítica literária e da produção ensaística. Devido à censura, durante o Estado Novo, usou os pseudónimos literários Armando Vieira de Sá, John Land e Lapiro da Fonseca.

De entre os muitos cargos que ocupou, destaca-se o seu papel como Presidente da Comissão Nacional da UNESCO, entre 1995 e 1998, tendo também sido Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Londres entre 1978 e 1995.

Foi professor de Literatura Portuguesa nas universidades de Lourenço Marques, Pretória, Estocolmo e Aveiro.

Como crítico literário e ensaísta, dedicou especial atenção à obra de José Régio, de quem foi grande amigo.

Na Imprensa Nacional publicou: O Essencial sobre José Régio, Ler RégioCrónica dos Anos da PesteIndícios de OiroUma Conversa Silênciosa, e dirige a coleção «Obra Completa de José Régio».

Codirigiu, com Rui Knopfli, os suplementos literários dos jornais A Tribuna e A Voz de Moçambique e colaborou em várias publicações, como A Capital, Diário Popular, O Tempo e o Modo, Prelo, Colóquio. Letras ou JL.

Poeta, viu A Matéria Intensa (1985) reconhecida com o Prémio Cidade de Lisboa, atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa.

Recebeu ainda vários prémios literários: Prémio Jacinto do Prado Coelho (2000); Grande Prémio da Literatura Biográfica (2012); Prémio Tributo de Consagração (2018).

Nos últimos anos de vida, publicou as suas memórias, sob o título global Acta Est Fabula, e colaborou regularmente com o Jornal de Letras e com a revista LER.

Eugénio Lisboa foi membro da Academia das Ciências de Lisboa — Classe de Letras, e Doutor Honoris Causa pelas universidades de Nottingham (1988) e de Aveiro (2002).

Foi agraciado pelo estado português com os graus de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1980,  Comendador da Ordem do Mérito, em 1993, e Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico, em 2019.

 

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