Pedro Pereira Lopes vence 10.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura (Poesia)

A obra Tratado das coisas sensíveis, da autoria do moçambicano Pedro Pereira Lopes, conquistou a 10.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura, galardão atribuído anualmente pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) e que nesta edição foi dedicado à poesia.

O júri do Prémio, composto por Pedro Mexia (presidente), Jorge Reis-Sá e Joana Matos Frias, descreveu a obra vencedora como: «Engenhosamente culturalista e desempoeiradamente quotidiana, autobiográfica e auto-irónica, esta é uma poesia em constante diálogo com a tradição moçambicana das últimas décadas (Eduardo White, Luís Carlos Patraquim) e sarcástica com o meio literário, afastando-se da velha poesia oficialista do “homem novo”, mas não das preocupações, as mais elevadas ou as mais comezinhas, do “homem médio sensual”, sensível às coisas sensíveis.»

Foi ainda atribuída uma menção honrosa a André Craveiro, pelo texto A Vocação Nómada das Cidades, que, de acordo com o júri, «reconfigura a melhor tradição do poema em prosa a partir da sua mais primordial origem na vocação poética da cidade. A sucessão de pequenos quadros urbanos escapa, porém, às expetativas dessa linhagem moderna, ao movimentar com muita habilidade imaginativa e discursiva os espaços exteriores ou interiores nos quais a flânerie contemproânea pode acontecer”.

Pedro Pereira Lopes, que em 2017 venceu o Prémio Literário Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa com o romance Mundo Grave, nasceu na província da Zambézia, Moçambique, em 1987, estudou Políticas Públicas na Escola de Governação da Universidade de Pequim, é fundador e editor da Gala-Gala Edições e docente e pesquisador na Universidade Joaquim Chissano, em Maputo.

Escreve crónicas de viagem, poesia, contos e, além do romance publicado pela Imprensa Nacional (2018), publicou vários livros infanto-juvenis, entre eles, O homem dos 7 cabelos (2012, Prémio Lusofonia 2010), Kanova e o segredo da caveira (2013), A história do João Gala-Gala (2017, em co-autoria com o músico Chico António), O comboio que andava de chinelos (2018, Prémio Maria Odete de Jesus 2016) e O camaleão que tinha desaprendido de mudar de cor (2023, Prémio Nacional de Literatura Infanto-juvenil 2024). Publicou ainda as coletâneas de contos o mundo que iremos gaguejar de cor (2017), O livro do homem líquido (2021, finalista do Prémio Oceanos 2022), e os livros de poesia mundo blue ou o poema em quarentena (2020) e Fatia fresca de lua nova (2023, em co-autoria com o poeta Armando Artur).

André Craveiro é natural de São Pedro de Rates, Póvoa de Varzim. Estudou Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa. Não tem ainda qualquer obra literária publicada em seu nome.

O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura distingue, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de atuação onde Vasco Graça Moura se destacou – Tradução, Ensaio e Poesia – e contempla a publicação da obra premiada pela Imprensa Nacional, chancela editorial da INCM, assim como uma componente pecuniária de 5000 € para o vencedor.

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