Miguel Carvalho vence a 3.ª edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva

O braço-armado do Chega, trabalho de investigação assinado pelo jornalista Miguel Carvalho e publicado na revista Visão, é o grande vencedor da 3.ª edição do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva, atribuído pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em parceria com o Clube de Jornalistas.

O júri do Prémio, presidido por Nicolau Santos, Presidente do Conselho de Administração da RTP, e composto ainda por David Pontes, Diretor do Público, João Vieira Pereira, Diretor do Expresso, Francisco Belard, Vice-Presidente do Clube de Jornalistas, e Luísa Meireles, Diretora de Informação da Agência Lusa, decidiu distinguir, por unanimidade, o texto de Miguel Carvalho, publicado na Visão, por se tratar de «um trabalho de investigação sério e rigoroso, exemplarmente bem estruturado, com uma atualidade e pertinência prementes e um lado precursor inequívoco».

O jornalista Miguel Carvalho nasceu no Porto a 25 de novembro de 1970 e cursou Radiojornalismo no Centro de Formação de Jornalistas do Porto. Trabalhou no Diário de Notícias (1989-1997), no semanário O Independente (1997-1999) e na revista Visão (1999-2023). Venceu o Prémio Orlando Gonçalves (Jornalismo), em 2008 e 2020, o Grande Prémio Gazeta, do Clube dos Jornalistas (2009), e o Prémio Gazeta de Imprensa (2022). Publicou sete livros. Os últimos dois – Quando Portugal Ardeu (Oficina do Livro, 2017), sobre a rede bombista de extrema-direita do pós-revolução, e Amália – Ditadura e Revolução, a História Secreta (Dom Quixote, 2020) – somam já 11 edições. Desde 2020, tem dedicado grande parte dos seus trabalhos à cobertura e investigação do radicalismo de direita em Portugal.

Salientando a grande qualidade dos trabalhados apresentados a concurso, o júri decidiu ainda atribuir duas menções honrosas: à reportagem Quando a velhice é um quarto escuro, de Ana Tulha e Pedro Alexandre Correia, publicada na Notícias Magazine, e ao trabalho de investigação Pegada Digital, de Inês Rocha, da Rádio Renascença (online).

Em relação ao trabalho de Ana Tulha e Pedro Alexandre Correia, o júri disse tratar-se de «um retrato vivo e chocante de um tema transversal à sociedade, cuja construção narrativa consegue mostrar a crueza da realidade, com rasgos de poesia». Já quanto ao trabalho de Inês Rocha, o júri referiu tratar-se de «um trabalho completo e de uma investigação baseada numa cuidadosa e criteriosa pesquisa, amplamente documentada, que põe em debate o tema em diferentes perspetivas».

O Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva da INCM visa distinguir trabalhos que reforcem os diferentes estilos da imprensa escrita, seja através da investigação, da reportagem ou da análise, que contribuam para uma sociedade mais informada, e atribui ao vencedor uma bolsa de investigação jornalística no valor de 5000 euros. Visa ainda prestar homenagem a Vicente Jorge Silva, figura de destaque no jornalismo português das últimas décadas.

De acordo com o Conselho de Administração da INCM, «é inequívoco o contributo cultural e social que o jornalismo presta à sociedade, algo que pretendemos valorizar com este prémio, que nos permite também homenagear uma figura incontornável do jornalismo em Portugal e reconhecer o legado que nos deixou a todos como cidadãos».

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