O MAIS ANTIGO ESTABELE CIMENTO
FABRIL DO PA ÍS.
FABRIL DO PA
UMA VIAGEM NO TEMPO , ATÉ AO SÉCULO XIII ,
QUE ACOMPANHA TAMBÉM A HISTÓRIA DE PORTUGAL.
ESTA É A NOSSA HISTÓRIA. BEM-VINDOS.
ESTA É A NOSSA HISTÓRIA. BEM-VINDOS.
A Casa da Moeda de Lisboa é provavelmente o mais antigo estabelecimento fabril do Estado português, estimando-se que a sua laboração contínua, em local fixo da cidade, remonte pelo menos ao final do século XIII.
A sua história é marcada por diferentes legados profissionais (começando pela organização dos moedeiros, regulada sobretudo a partir do reinado de D. Afonso III, com a primeira lei sobre o fabrico de moeda em Portugal) e por um longo percurso industrial, de importante dimensão socio-cultural que hoje se traduz, por exemplo, no legado filatélico e, em particular, nas coleções numismática e medalhística à sua guarda. No plano formal, o primeiro Regimento conhecido data de 23 de março de 1498, assinalando um momento importante de organização institucional.
A introdução da energia a vapor, em 1835, representou um segundo momento chave de modernização, prosseguido com a aquisição das prensas monetárias Ulhorn, em 1866.
Depois de passar por várias instalações, da Sé ao Paço da Ribeira, em 12 de setembro de 1720 a Casa da Moeda foi transferida para a Rua de São Paulo, onde permaneceu até à mudança, em 1941, para o edifício onde atualmente se encontra.
Edifício da casa da Moeda, na Rua de São Paulo.
Desenho de Casellas (1891)
A fusão com a Repartição do Papel Selado, em 28 de julho de 1845, e a posterior integração das Contrastarias, em 1882 (cuja história remonta, pelo menos, ao século XIV, com a primeira regulação da profissão de ourives e do comércio da ourivesaria), vieram acrescentar novas dinâmicas à sua atividade.
A introdução dos selos postais em Portugal, em julho de 1853, fez introduzir na Casa da Moeda e Papel Selado o fabrico de valores postais.
«Como se fará a nova moeda da Republica»,
Illustração Portugueza, de 12 de junho de 1911, p. 753.
Oficina de gomagem. «A Casa da Moeda»,
Illustração Portugueza, de 5 de dezembro de 1904, p. 70.
Corte das barras de prata. «A Casa da Moeda»,
Illustração Portugueza, de 5 de dezembro de 1904, p.71.
A então designada Impressão Régia, foi incumbida de se fazer «útil e respeitável pela perfeição dos carateres, e pela abundância e asseio das suas impressões», integrando uma oficina tipográfica, uma fundição de tipos (ou fábrica de letra), uma fábrica de cartas de jogar e papelões e uma oficina de gravura, à qual foi desde logo atribuída a missão de formar aprendizes.
O Palácio Soares de Noronha, antigo edifício da Imprensa Nacional,
demolido entre 1895 e 1913 [s/d]. Gravura de Lima.
Também o Jornal Oficial foi ganhando forma ao longo do século XIX: o Diário da República, que tem como origem mais remota a Gazeta de Lisboa e passou por várias designações, assumiu o papel de boletim oficial do Governo e passou a ser impresso exclusivamente pela Imprensa Nacional, que hoje assegura a sua publicação em formato digital.
Operárias junto à máquina de sobrescritos da Imprensa Nacional
na Exposição Nacional das Artes Gráficas. Iliustração Portugueza,
de 13 de outubro de 1913, p.418.
Em 1923, afirmou de forma mais clara o seu papel cultural através da inauguração da sua nova Biblioteca.
Já no período marcelista, em 1969, por ocasião do segundo centenário, a Imprensa Nacional foi transformada em empresa pública, deixando de funcionar como mera repartição do Estado e encontrando as condições necessárias a uma atividade editorial moderna.
Estas transformações culminaram, de forma mais duradoura e consequente, na fusão com a Casa da Moeda.
Escola de composição da Imprensa Nacional.
Aspetos da composição manual [1912-1927].
Livraria do Estado, da INCM, em Lisboa.
Década de 1970.
Pretendeu-se, desta forma, rentabilizar numa única «unidade produtiva eficiente» a produção de uma e outra, através da articulação de serviços e áreas de intervenção.
Jornal do Comércio,
de 17 de outubro de 1973, pp. 36-39.
Jornal do Comércio,
de 17 de outubro de 1973, pp. 36-39.
O legado da Casa da Moeda, incluiu o fabrico de moeda, papel selado e estampilhas fiscais, de selos, vales do correio ou outros valores postais, de títulos da dívida pública e de medalhas comemorativas e selagem de valores particulares, cabendo-lhe também a gravura dos selos do Estado, o contraste das ligas de metais nobres e a fiscalização da indústria e do comércio de ourivesaria e relojoaria.
Com a transição para a democracia, a INCM iniciou um novo ciclo no plano laboral, cultural e económico. No início dos anos 1980, a estratégia de reorganização focou-se sobretudo na criação dos setores de offset e amoedação, seguindo-se, nos anos 90, a modernização da fotocomposição e da impressão.
No seu conjunto, o esforço de modernização tecnológica permitiu acelerar alguns pontos dos processos de fabrico, como a impressão de publicações oficiais periódicas e os processos de impressão e personalização de cartões bancários e não bancários, além dos hologramas de segurança.
A par da esperada transformação do DRE em serviço público de acesso universal e gratuito, a INCM foi encontrando um novo enquadramento para a sua atividade, atualmente mais focada na produção de documentos de segurança com componente eletrónica, como é o caso do Passaporte Eletrónico Português, em 2006, e do Cartão de Cidadão, em 2008.