Teve ontem lugar, na Biblioteca da Imprensa Nacional, a sessão «A INCM nos 500 Anos do Nascimento de Luís de Camões».
A sessão contou com a presença do Sr. Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Paulo Lopes Marcelo, com a da presidente e dos vogais do Conselho de Administração da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Dora Moita, Duarte Azinheira e Nuno Guerra Santos, respetivamente, e com a presença de José Aurélio, autor da moeda comemorativa Luís de Camões. 1524, que a INCM emitiu em junho deste ano, e que veio inaugurar este ciclo de comemorações.
Trata-se de uma moeda disponível em ouro e prata com acabamento de prova numismática (proof), mas também uma versão em cuproníquel com acabamento normal, que será trocada ao valor facial de 5,00 €, destinada a um número mais vasto de colecionadores e admiradores do grande poeta épico português.
Quanto ao programa editorial previsto no âmbito dos 500 Anos do Nascimento de Luís de Camões, Duarte Azinheira anunciou um vasto programa, que passará pela edição crítica da obra épica e lírica de Luís de Camões, em conjunto com o Centre International d’Études Portugaises de Genève. Desta parceria esperam-se as edições criticas de Sonetos, Canções, Elegias, Ecóglas, (Ed. Maurizio Perugi), Redondilhas, Oitavas e Odes (Ed. Barbara Spaggiari). A edição critica da priceps de Os Lusíadas ficará a cargo de Rita Marnoto.
Uma outra edição crítica e anotada d’Os Lusíadas é esperada, desta vez da responsabilidade do Prof. José Carlos Seabra Pereira e de uma equipa luso-brasileira de especialistas que trabalha no âmbito do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos. O poema épico integrará ainda a Biblioteca Fundamental da Literatura Portuguesa, organizada e apresentada pelo Prof. José Augusto Cardoso Bernardes, com base na fixação de texto de Álvaro Júlio Costa Pimpão e voltada para um público mais vasto.
«Retrato vós não sois meu» — Retratos e autorrepresentações sobre o corpo de Camões com um prolongamento a Fernando Pessoa, da professora e historiadora de arte Profª. Raquel Henriques da Silva, e dedicado aos diversos retratos de Camões, integrará a coleção Arte e Artistas.
Para os mais jovens está prevista a biografia infantojuvenil, integrada na coleção Grandes Vidas Portuguesas, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com ilustração de Margarida Mouta, com o título Luís Vaz de Camões – um poeta genial.
Após a sessão «A INCM nos 500 Anos do Nascimento de Luís de Camões», o Sr. Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Paulo Lopes Marcelo, visitou as instalações da Unidade de Edições e Cultura da INCM, bem como as do Diário da República. Houve ainda oportunidade para visitar a exposição dedicada ao Centenário do Museu Numismático.
E se o programa de comemorações do V Centenário de Camões apresentado é longo e diversificado, vale a pena recordar que pela Imprensa Nacional já passaram as comemorações do tricentenário da morte de Camões, em 1880, as comemorações do 4.º centenário do nascimento de Camões, em 1924, e também as do 4.º centenário da publicação de Os Lusíadas, em 1972. De todas estas participações resultou um largo conjunto de edições saídas dos prelos da Imprensa Nacional, coordenadas e dirigidas por nomes tão relevantes como Xavier da Cunha, Hernâni Cidade ou Afonso Lopes Vieira.
Quanto à área da numismática, recordar também que, até ao fim de 2024, a Casa da Moeda terá produzido, desde a Implantação da República, aproximadamente 350 moedas comemorativas e de coleção, entre as quais 145 em escudos e 205 em euros. Não sendo habitual repetir os temas, é verdade que ao longo destes 110 anos foram emitidas 5 moedas de coleção dedicadas a Camões, a pretexto de diferentes efemérides relacionadas com o poeta.
Vale também a pena notar que a Biblioteca da Imprensa Nacional preserva igualmente uma importante coleção camoniana que ultrapassa a própria produção da editora, da qual podemos destacar várias edições de Camões feitas noutros países e escritas em outras línguas (polaco, alemão, sueco, húngaro, inglês, italiano, espanhol, francês…), desde final do século XVIII.