Cerimónia de entrega do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva (4.ª edição)

«É uma honra. Em primeiro lugar porque este Prémio homenageia o Vicente, o meu primeiro diretor, profissional que a todos nós marcou e nos ensinou a sermos insubmissos e a amar a profissão, vista como algo sério, mas nem por isso menos entusiasmante.» foi assim que Christiana Martins iniciou o seu discurso de agradecimento na cerimónia de entrega do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva (4.ª edição).

A cerimónia realizou-se no passado dia 8 de novembro, dia em que Vicente Jorge Silva completaria 80 anos de idade, na sede do Clube de Jornalistas, que comemorou 41 anos de existência nesse mesmo dia.

Christiana Martins, vencedora da 4.ª edição do Prémio, promovido pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM, em parceria com o clube de Jornalistas, sublinhou também o facto de terem distinguido uma mulher, numa profissão com redações cheias de mulheres, que ainda ganham menos que os homens e estão em minoria nos cargos de chefia. «Uma mulher de 54 anos, numa época em que ser jovem é posto e em que muitas redações se veem esvaziadas dos seus seniores de referência.»

«Premiaram também uma mulher que fez a opção pela maternidade e que, por isso, como tantas outras em tantas profissões, luta para tentar conciliar a vida familiar com a vida profissional. E atenção, premiaram uma emigrante, num tempo em que ser o Outro é um risco», disse ainda a jornalista do Expresso.

No seu discurso, a vencedora falou também das condições laborais que afetam os jornalistas e o jornalismo, «com trabalhadores em situações precárias, vínculos laborais instáveis e salários baixos».

Sobre o trabalho de investigação que lhe valeu a distinção – «Morte no rio do ouro» –, Christiana Martins agradeceu o apoio da sua família, da Fundação Gulbenkian, que complementou os orçamentos do Expresso e da SIC, e a parceria da Amazônia Real, órgão brasileiro de jornalismo independente. «Trabalhei na mais antiga tradição da reportagem e do muito que vi e senti, uma reduzida parte está refletida no texto agraciado. Uma pequeníssima contribuição para o imenso esforço que todos temos de fazer em nome daquele espaço único do nosso planeta.»

Além da grande vencedora, na cerimónia de entrega do prémio estiveram também os autores dos dois trabalhos distinguidos pelo júri com menções honrosas – Operação Lawrence – A aventura do banqueiro Ricardo Salgado no país do coronel Kadhafi e Baixa de Lisboa: Liquidação Total –, que receberam os respetivos troféus, criados pelo designer Henrique Cayatte e produzidos a partir da reciclagem de materiais usados nas áreas fabris da INCM.

Skip to content